sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

REFLEXÕES ESTÁGIO: VIVENCIANDO A PRÁTICA DOCENTE.

Primeiro Desafio (primeira semana de estágio)


Nesta primeira semana, foi comemorada a semana da criança, com atividades recreativas após o intervalo para o lanche.
Foram atividades bastante movimentadas, porém não fomos comunicados que teriam esta programação e apenas atuamos como coadjuvantes.
As crianças estavam ainda mais eufóricas e algumas delas ainda mais agressivas, visto que, as atividades eram oferecidas para todas as turmas juntas. Percebi certa falta de colaboração por parte de alguns professores, como se a responsabilidade fosse somente da direção da escola, percebei também que algumas atividades deveriam ser apenas para alguns e outros tipos de atividades para outros, ou seja, algumas crianças eram muito pequenas e não se encontraram naquele movimento todo.
Creio que se houvesse esta preocupação todas elas participariam e ficariam mais felizes.



Segunda Semana (o desafio aumentou).


Nesta semana, a minha dupla não pode está presente e o meu desafio ficou gigante. Senti-me impotente diante de crianças completamente indisciplinadas, que falavam todas ao mesmo tempo, não me escutavam, e que no final das contas parecia que eu não estava em uma sala de aula e muito menos que era a professora.
Quando eu estava nesta situação, Socorro entrou em minha sala, e eu me senti ainda
pior, pois me pareceu, por um momento, que nada que foi discutido em sala de aula da universidade dava conta daquela situação, onde eu me senti completamente perdida. Por fim terminei aquele dia como se ele tivesse sido o pior dia da minha vida.
No outro dia, na terça-feira, pensei que fosse melhor desisti do estágio, ou melhor, desisti até do curso, visto que estava me sentindo a mais incompetente da turma, chorei, me descontrolei totalmente, e só fui a tarde para o CAIC, porque pensei que já estava na chuva e tinha que me molhar .
Contudo, neste dia as crianças pareciam outras e daí em diante a semana foi ótima, não deixando de ter algumas dificuldades, porém, nada que não pudesse ser contornado.
Após, ter analisado estes acontecimentos, procurei chegar o mais perto possível do aluno em relação a sua vida dentro e fora da escola, tentando estabelecer com eles laços afetivos com conversas informais, sempre no período do recreio ou no momento em que eles esperavam o carro ou os acompanhantes para irem embora. Procurei também na atividade de rotina estabelecer regras, e necessidades a serem seguidas para o bom aproveitamento de toda aula, tentando fazer com que os alunos entendessem que as práticas das atividades de rotina iniciadas na rodinha, também fazem parte da aula, tentando sempre que possível levar historinhas reflexivas, de forma que eles pudessem se encontrar nas interpretações das mesmas.



A terceira semana já foi mais tranqüila, pois tive de volta a minha dupla, que pra mim tem sido um dos fatores fundamentais para o bom andamento do estágio, contudo, o maior desafio que encontramos foi a falta de disciplina, ou melhor, a falta de limites, pois eles querem ir ao banheiro ao mesmo dos outros, tomarem água e falarem sem esperar a sua vez. Estamos tentando na medida do possível organizar esta situação, e estamos conseguindo, usando alguns reforçadores como estímulos.
Um outro desafio que encontramos tem sido a falta de leitura, apesar deles conhecerem as letras do alfabeto, eles não conseguem formar sílabas e consequentemente não formam palavras, eles sabem interpretar leituras, participam oralmente da construção de palavras, porém, quando partem para a atividade escrita não conseguem avançar por causa da falta de leitura, fazendo com isto somente cópias de palavras .
Estamos fazendo atividades mais voltadas para amenizar esta dificuldade, visto que, conseguimos perceber nos alunos a necessidade de aprender a leitura para uma melhor
interpretação, não somente das atividades desenvolvidas em sala de aula, mas, e principalmente poderem fazer leitura do mundo que os cerca .




Na quarta semana, os alunos estão mais acostumados conosco, também mais familiarizados, de forma que algumas dificuldades foram superadas. Os nossos alunos já nos vêm com um olhar diferente, nos percebendo como professoras e como alguém que está ali somente para brincar com eles. Tentamos nestes dias mostrar-lhes o quanto é importante à educação e que a mesma não acontece somente na escola, mas, ela deve ser percebida e praticada diariamente, penso que boa parte dos nossos objetivos foram alcançados, gostaríamos que fossem todos, todavia, sei que não podemos alcançá-los em sua totalidade por sermos seres humanos e estarmos lidando também com a mesma espécie, se tudo fosse perfeito deixaríamos de sermos pesquisadores e passaríamos a ser meros reprodutores de recitas prontas.




A ultima semana do estagio foi pautada na reflexão de como o processo educacional está esquecido por alguns pais, isto é, existem muitos motivos que os levam a matricular seus filhos numa escola, porém, o ultimo deles é a educação.
Senti, uma incapacidade grande como educadora diante de situações social adversa e diversa que literalmente me deixaram grandemente preocupada diante da importância que deve haver neste processo pedagógico.
Percebendo assim, que não se leva em consideração, o fato de que a educação é a base na qual toda estrutura cognitiva do individuo será formada e que uma base mal estruturada desencadeará numa construção frágil e de fácil desmoronamento.
Porem, ao ver o progresso cognitivo dos alunos, o carinho, e o respeito que eles demonstraram, entendi que eles precisam simplesmente de dedicação e afeto.Isto eu sei que fiz o que pude.

REFLEXÕES: ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO.

Reflexão da semana de observação.
Rosely Carvalho. Graduanad Pedagogia- UESB.


Para mim, o período de observação foi de muita importância para a construção do estágio supervisionado, pois, foi neste período que consegui perceber como se dá uma gestão de classe e o quanto é importante que o professor se perceba como um pesquisador.
A semana de observação foi pautada na reflexão a respeito das dificuldades encontradas na sala de aula e nas possíveis soluções a encontrar, por isso é importante o olhar de um professor que não deve se acomodar com as diversas dificuldades encontradas, porém, perceber nestas, o caminho para mudanças significativas, facilitando em todo o período de estágio. Lembrando, porém que isto não nos trará, como num passe de mágica a solução para todas as dificuldades, contudo evitará possíveis constrangimentos ou frustrações.
Este período também foi importante, porque podemos planejar as nossas aulas de forma mais segura e com tranqüilidade, tentando chegar com este planejamento, o mais próximo possível do aluno, pois, segundo Clark e Dunn (1991), o trabalho se efetua de modo mais eficaz se os professores conhecem a matéria que ensinam, se conhecem aqueles a que vão ensinar e se sabem em que momento assumir o controle ou a liderança da classe.

REFLEXÕES: PORQUE O ESTÁGIO PARA QUEM NÃO EXERCE O MAGISTÉRIO

PIMENTA, Selma Garrido e Lima, Maria Socorro Lucena lima. Estágio e Docência. São Paulo: Editora Cortez, 2004.

Por que o estágio para quem não exerce o magistério: o aprender a profissão.
Roseli Carvalho: Graduanda de Pedagogia, pela UESB.

Percebo no texto, que não é possível somente com o curso de pedagogia e com os estágios formar profissionais, no entanto é neste período que o estudante começa a conhecer na prática quais serão os desafios que vão nortear sua vida como profissional da educação, também esta experiência lhe trará segurança em relação a esta profissão.
Creio que não seja possível alguém passar por esta experiência sem ao menos perceber a necessidade de profissionais mais comprometidos, ou como não dizer, sonhadores com uma melhor educação para as nossas crianças.
Para que isso aconteça, o professor deve ter um olhar de pesquisador e não de um intelectual “porta-valise”: aquele que vai para qualquer campo de pesquisa com seus saberes já prontos e arrumados, suas verdades disponíveis em seus planejamentos e metodologias que preservam e garantem deus territórios livres das misturas e das incertezas. (Coimbra, 2002. P35)
Nesta perspectiva o estágio deve acontecer de forma que haja interação do pré-profissional com o profissional atuante visando a construção de fundamentos sólidos com base nas experiências vividas pelos professores (estas devem ser cuidadosamente analisadas), conferindo ao estagiário formas de atuação que tornem este período satisfatório para todos.
Entendo que o estágio é de uma importância fundamental para a formação de um profissional, contudo, ele não é a fórmula mágica que vai concretizar as teorias discutidas ao longo do curso. Creio que ele seja uma forma do profissional em formação entender as dificuldades encontradas nas salas de aula e procurar não somente entende-las, mas, e principalmente intervir de forma que ajude o professor orientador e oaluno.
Entendo que estas intervenções devam ser feitas com muita sutileza, para que o professor não se sinta menos capaz de atuar em algumas situações.
O estágio precisa ser entendido como uma extensão do curso e não como uma obrigação que algumas escolas têm de receber os estagiários, isto é, algumas coisas parecem que são maquiadas para o estagiário, como se tudo fosse um mar de rosas e não houvesse dificuldades na educação, no entanto, a vida escolar não constitui um sistema unitário, monolítico e inflexível, Giroux (1994 p.139-145).






MINHA HISTÓRIA DE VIDA.

Minha história de vida

Meu nome é Rosely moro em Jequié-Ba e sou estudante do curso de Pedagogia na UESB.
Trabalho em um comércio de gêneros alimentícios há quatro anos, e dou aula na Escola Bíblica Dominical de uma igreja batista no bairro km 4 em classe de pré-adolescentes na idade de nove a doze anos, onde pude e posso sentir na prática,a experiência de ensinar,mesmo antes de começar o curso de pedagogia.
Contudo o curso tem me trazido respostas significativas às situações que antes eram mais difíceis de serem resolvidas, pois, creio que para trabalhar com educação religiosa não é somente necessário o conhecimento bíblico,porém, um conhecimento pedagógico é de grande importância para que o professor tenha segurança na sua prática.
Hoje, esta experiência pedagógica tem me ajudado muito mais,porque estou trabalhando com crianças de outro bairro, onde as mesmas ,em sua maioria são completamente carentes de tudo ,inclusive de família.
Com elas eu aprendo sempre o valor e a responsabilidade de ser um encaminhador do conhecimento mesmo que seja, ainda, com pouca amplitude.


Às vezes, nos falta apenas um olhar para vermos que “na vida, os contrastes fazem parte do cotidiano. Em meio a espinhos do que nos parece agreste sempre surgem flores de inigualável beleza; a esperança não pode morrer jamais”. (Autor desconhecido, 1996)


Ao me recordar da minha educação infantil, percebo vários contrastes, pois, não nasci em uma família financeiramente rica, porém, muita rica na preocupação com a educação dos filhos.
Estudei em várias escolinhas particulares no bairro em que moro, e me lembro muito bem de muitos acontecimentos, das brincadeiras, das músicas e principalmente dos motivos que me fizeram ficar de castigo várias vezes.
Com isso, percebo o quanto às fases da educação infantil é importante para a construção de saberes e o quanto esta construção deve ser levada a sério, pois toda construção depende muito da base em que está solidificada.
Meus pais estudaram até a quarta série do ensino fundamental, porém, sempre procuraram nos ensinar valores educacionais que hoje são colocados como responsabilidade somente da escola.
Com toda essa preocupação com a educação, comecei a dar aula muito cedo, na escola bíblica dominical da igreja que freqüentava, por isso fiz a opção pelo curso de magistério. Comecei a ensinar em uma escola formal pública, após um ano do término do curso, a princípio foi uma experiência maravilhosa, consegui desenvolver um trabalho que me causou muita satisfação, desenvolvendo os conhecimentos didáticos adquiridos durante o curso, construindo laços profundos de afetividade, fazendo com que a aprendizagem se tornasse sempre significativa.
Contudo, por causa de uma política desonesta fui afastada da escola, e isso me causou uma grande decepção, e uma sensação de impotência e também de incompetência, que me roubou todo estimulo de trabalhar com a educação, por isso optei por trabalhar no comércio. Só após alguns anos, resolvi fazer o curso de pedagogia para me encontrar novamente com esta educação formal, e desta vez mais segura das minhas resoluções, visto que, tenho aprendido sempre, que apesar dos obstáculos parecerem intransponíveis, se tentarmos encontraremos sempre uma luz no fim do túnel.